As perspectivas e desafios do processo de envelhecimento da população rural foram pautadas na análise de conjuntura feita pelo pós-doutor em Ciências Sociais, Vicente de Paula Faleiros, realizada no primeiro dia da Plenária Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Terceira Idade e Idosos Rurais (13 de junho), em Brasília.
Segundo o professor, dados do IBGE mostram que em 1960 viviam no campo cerca de 38 milhões de pessoas. Hoje, são 20 milhões. O número de idosos no meio rural também vem reduzindo, pois no mesmo período passou de 55% para 15%. “O fato de o capitalismo estar apostando no agronegócio e nas grandes empresas monocultoras está causando a expulsão de milhares de trabalhadores e trabalhadoras rurais de suas comunidades”, expõe. Para Faleiros, esse capitalismo está impregnado nas produções de cana-de-açúcar, soja e em outros produtos destinados basicamente à exportação. “Um parcela da sociedade diz que a salvação do Brasil está no agronegócio, mas a verdade é que está na agricultura familiar com a sua potencialidade na produção de alimentos”, afirma.
Com esse e outros desafios a serem enfrentados, o pós-doutor acredita que a maior garantia da proteção da velhice é a previdência social. No entanto, cerca de 34% dos idosos rurais ainda não conseguiram acessar essa política. Faleiros confirma que outra demanda fundamental desse público é a saúde, cujo serviço é deficitário na área rural. “Uma das principais causas de morte por queimadura e picada de animais peçonhentos em idosos deve-se à demora no atendimento médico. Muitos têm que se deslocar para as cidades”, informa.
Ele cita ainda outras políticas que devem chegar ao campo e abranger a terceira idade, como Minha Casa Minha Vida, apoio à comercialização, combate à violência.
O secretário nacional da Terceira Idade da CONTAG, Natalino Cassaro, comenta que as colocações apresentadas pelo professor Vicente Faleiros combinam com os debates realizados nas plenárias estaduais. “Fizemos a discussão sobre o índice de 3% que é destinado aos idosos no Programa Nacional de Habitação Rural. Para a quantidade de idosos no campo, achamos que esse número não atende a demanda. Já na reforma agrária, o problema está na impossibilidade de assentar as pessoas com 60 anos ou mais. A violência também foi outro desafio apontado nos debates estaduais”, revela Cassaro.
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Fonte: Imprensa CONTAG - Verônica Tozzi |
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quinta-feira, 14 de junho de 2012
ANÁLISE DE CONJUNTURA TRAZ DADOS SOBRE O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NO CAMPO
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